Amamentando Miguel.


O QUE ME AJUDOU NA AMAMENTAÇÃO

Quando descobri que estava grávida, no começo de 2006, tive duas certezas: queria ter um parto normal, e queria amamentar meu filho. Nos nove meses seguintes pude aprender muito sobre parto, e pouco sobre amamentação... isso porque nós achamos que é só colocar o bebê no peito e pronto, tudo está resolvido.Eu posso dizer que, depois que meu bebê nasceu, tive quase todos os problemas que é possível ter no início da amamentação: tive engurgitamento, febre, seios empedrados e as famosas fissuras nos bicos, que permaneceram por mais de um mês. Fui aprendendo e praticando todas as dicas possíveis, tive ajuda de profissionais, mas acho que o que mais me ajudou foi nunca pensar em desistir. Isso foi determinante também para que, mesmo passando por todas essas dificuldades, nunca tenha me faltado leite. Meu bebê mamou exclusivamente até os seis meses, e ainda mama até hoje, com um ano de idade. Na época, conversei com outras mães e ouvi, com tristeza, muitas histórias de desistências. Mães que desistiram por falta de informação, por falta de apoio. Por isso queria escrever aqui sobre o que me ajudou a superar cada problema, e persistir na amamentação:

- Desde a primeira mamada, precisamos verificar a pega. Na pega correta, o bebê tem que ficar com a boca em formato de "peixinho", isto é, com os lábios (de cima e de baixo) pra fora, abocanhando o mamilo. O ideal é que se verifique a pega ainda na maternidade, ou então ir ao Banco de Leite, ou consultar um profissional de saúde que possa verificar se a pega está correta.

- Por volta do quarto dia após o parto, o organismo da mãe deixa de produzir o colostro e passa a produzir leite. É quando se diz, popularmente, que o leite "desceu". Nesse momento, os seios podem ficar muito cheios e a mãe sentir febre. É necessário então esvaziar os seios embaixo de água fria. Nunca colocá-los embaixo de água quente, porque irão produzir mais leite...

- Há também as famosas fissuras... acredito que quase todas as mães, em algum momento, passam por isso! O que ajuda é, após a mamada, passar o próprio leite no mamilo e deixar secar. E também fazer banhos de sol de 15 minutos, de duas a três vezes por dia. Se não tiver como tomar sol, colocar uma lâmpada de 40 wats a uns 20 cm do mamilo, por 15 min. cada, três vezes ao dia também (dá pra usar dessas luminárias de mesa, com foco).

- Se a fissura ficar muito dolorida, é possível tirar o leite e oferecer num copinho, por uma ou duas mamadas, pro peito "descansar".

- As conchas (tipo keep milk) ajudam porque não deixam o mamilo em contato com o sutiã. Mas dizem que aumentam o risco de infecções (porque o bico fica úmido), então é bom fervê-las sempre que puder, e não usar o tempo todo. O melhor mesmo, quando for possível, é ficar com os seios pra fora!! Principalmente pra dormir, porque é um tempo longo, e não vai aparecer nenhuma visita de surpresa. Pra não ficar com os seios sem sustentação, colocar o sutião próprio pra amamentação e deixar "aberto", como se fosse dar de mamar.

- O que ajuda também são os bicos de silicone. Parecem um bico de plástico, com furinhos, e são colocados no mamilo na hora da amamentação. Ajudam a formar o bico e protegem o mamilo. Mas devem ser usados apenas enquanto o bico estiver rachado, para que o bebê não se "acostume" a mamar através deles.

- Há fissuras que demoram muito pra fechar, mesmo passando leite materno e tomando sol, principalmente em mamilos planos, como era o meu caso. Na época fiquei mais de um mês com os seios rachados! O que me ajudou muito foi uma pomada importada, chamada Lansinoh, que é recomendada pela La Leche League (um órgão internacional de apoio à amamentação). A importadora é a Euromarket, tels. (11) 5183-9210 / 5182-9487 .Também há uma outra pomada, chamada Dersani, que não cheguei a usar, mas algumas mães dizem que ajuda, então fica a dica.

E a dica mais importante de todas é: não desistir nunca, persistir sempre, ter muita vontade de amamentar, fechar os ouvidos pra aqueles que dizem que seu leite é fraco, que precisa dar mamadeira, essas coisas...E procurar ajuda. Seja no Banco de Leite, seja na Maternidade, seja com enfermeiras, fonos, pediatras, seja com as mães, avós e amigas que já amamentaram, seja em sites e blogs especializados como esse. E confiar, confiar que o seu leite é bom, que é o melhor alimento para o seu bebê. E que o momento de amamentar é único, maravilhoso, e vale a pena lutar por ele!

Renata Frossard, 28 anos é mãe de Miguel, 1 ano.

Comentários

  1. Amei sua postagem sobre amamentação. Com certeza será muito útil. Estou grávida de quase 5 meses e agora estou bem mais informada sobre o assunto.

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