Amamentação "prolongada"

Sempre soube que iria amamentar. Para mim era natural e instintivo. Eu queria muito mas temia não dar conta, não ter leite ou este ser insuficiente, me faltava informação.
Quando estava grávida do Breno, meu primeiro filho, incluí no enxoval um jogo de mamadeiras, uma compra mecânica, completamente impensada.
O início da amamentação foi difícil, uma batalha, com apoio consegui amamentar com sucesso e prazer até um ano e oito meses, praticamente não usamos as mamadeiras. Ele desmamou quando engravidei novamente e o leite secou, mas retomou quando o colostro chegou.
Alice nasceu, nova batalha para amamentar. Fissuras, ingurgitamento, cansaço. Dessa vez foi preciso ainda mais determinação e muito apoio para conseguir não sucumbir à fórmula, tão prática e fácil.
Conseguimos estabelecer a amamentação exclusiva depois de 40 dias, Breno ajudava a regular a produção mamando o excedente. Quando ele fez 3 anos eu perguntei se ia continuar mamando ou se ia parar, pois eu queria desmamar de um modo não traumático. Ele disse que daí pra frente ia deixar o mamá pra irmã! hehe
Mamou mais algumas vezes ao longo do último ano, e agora beirando 4 anos é um menino inteligente, saudável, sem problemas alérgicos ou respiratórios, que se alimenta muito bem, não come carne em casa, é independente e tranqüilo. Ou atribuo isso à amamentação, à segurança, ao estímulo, ao contato, ou à uma combinação de genética, astrologia e educação, hehe!
Alice está com um ano e oito meses e amamentá-la sempre foi um prazer. Ela mama em livre demanda desde sempre, em qualquer lugar, e já começam os comentários "nossa, AINDA mama?"
Tenho sempre muito orgulho de dizer que sim, e que por mamar na mamãe quase não bebe leite de vaca, que não usa copo com tampa, que não usa mamadeira, que é uma menina muito feliz e segura, saudável e tranqüila, carinhosa e decidida!
Está toda independente sem fraldas de dia e de noite, sem nunca ter tido uma gripe braba, se alimentando de coisas saudáveis, dormindo muito bem.
Face às evidências não há como negar os benefícios da amamentação dita prolongada, embora eu não a rotule assim, pois não existe um período ideal para o desmame, como não há um método. É fundamental considerar as condições específicas de cada criança, de cada mãe, de cada família, sem levar em conta a pressão social pelo desmame.
Quando eu e Alice estivermos prontas para desmamar isso vai acontecer naturalmente, sem influência externa. E por enquanto estamos muito bem, obrigada!

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