Mães farão manifestação com "mamaço coletivo" no Itaú Cultural depois de uma delas ter sido proibida de amamentar no local

A diretoria do local situado na Avenida Paulista, em São Paulo, soube do ocorrido pela internet e pediu desculpas publicamente alegando que o motivo foi um mal entendido




No final de março, a antropóloga Marina Barão foi até o Itaú Cultural, em São Paulo, acompanhada do marido e dos dois filhos pequenos. A intenção era visitar a exposição do artista plástico Leonilson. Enquanto ele estacionava o carro, Marina entrou no espaço e o seu bebê, na época com 2 meses, acordou e chorou de fome. Sem pensar, ela começou a amamentar a criança ali mesmo. Porém, para sua surpresa e espanto, uma funcionária do local aproximou-se, constrangida, e avisou que ali era proibido amamentar. “Fiquei indignada e aumentei o tom de voz, queria uma explicação e não parei de alimentar o meu filho”. 

A atendente, então, pediu para que Marina a acompanhasse até a enfermaria do local e reiterou a proibição, avisando, inclusive, que teria de chamar a segurança caso a antropóloga insistisse em amamentar no espaço de exposição. “Tudo foi pedido com muita educação, mas em nenhum momento alguém soube explicar com clareza o motivo”, afirmou ela. Depois de esperar por mais de dez minutos algum funcionário chegar com a chave da enfermaria, Marina resolveu amamentar o bebê por ali mesmo, sentada em uma escada, com o filho mais velho visivilmente irritado ao seu lado.

O caso repercutiu nas redes sociais e, agora, a antropóloga, algumas amigas e mais mulheres solidárias a causa, combinaram de realizar uma manifestação no próprio Itaú Cultural, no dia 12 de maio, às 15 horas. A ideia é que todas se encontrem paraamamentar no local. “O tom será pacífico, vamos nos reunir e pensar em fazer alguma coisa envolvendo as obras do Leonilson, além do 'mamaço coletivo'”.

Foi também por meio da internet que Eduardo Saron, diretor do centro, soube do ocorrido e pediu desculpas publicamente. "Não culpo a funcionária, mas acontece que tivemos um problema de orientação ", diz. "Todos os nossos colaboradores sabem que alimentar-se no espaço de exposição é proibido. Porém, há uma exceção para a amamentação”. Depois do ocorrido, segundo Saron, houve uma reunião com todos os líderes de grupo para deixar as normas mais claras. “A partir de agora, todos aqui já sabem que a mãe tem o direito de escolher onde quer amamentar, se na enfermaria, que tem até uma poltrona, ou em qualquer outra dependência do Itaú Cultural”. Já informado da possibilidade de uma manifestação, o diretor disse que não haverá nenhum impedimento às mães.

Para Marina, o pedido de desculpas bastou. Ela disse que, ainda assim, pretendem levar o mamaço adiante com o objetivo de conscientizar as pessoas. “O mais importante é que fique claro que amamentar em público não é uma coisa da qual a mãe precise ter vergonha." 

Comentários

  1. Rebeca, nessa mesma linha eu escrevi meu Manifesto pela Amamentação, dá uma olhada: http://sacodefarinha.blogspot.com/2011/05/manifesto-pela-amamentacao.html

    Está dando algum repercussão. Uma amiga jornalista até mostrou o texto pra um funcionário do Ministério da Saúde e eles estão cogitando publicá-lo em algum material institucional.
    Podem reproduzir aqui se quiserem, só citando a fonte.
    Beijos!

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