A rede de apoio na amamentação

XX SMAM: Amamentação: Uma Experiência em 3D
Depoimento da Mara, mãe de Ágatha, de Londrina, Paraná.



Antes mesmo de ter meu bebê sempre tive o sonho de amamentar. Agatha nasceu prematura de 35 semanas e com insuficiência respiratória necessitando de cuidados especiais (ficou na incubadora recebendo oxigênio). 
Ágatha aos 3 meses
* 1o. dia de nascimento
Após 1 hora de ordenha para retirada do colostro e do meu 1o. leitinho fui informada pela enfermeira que ele não poderia ser usado, pois não estava com as vestimentas corretas na hora da ordenha (máscara e touca), quase morri com a notícia :-(((, Porque no momento que me ensinaram fazer a ordenha, não me informaram dessa informação tão simples?!!!... ali me senti com tanta raiva e totalmente desamparada. Minha vontade de amamentar era maior e o apoio do meu marido  (que presenciou o fato e ficou com tanta raiva e sem entender como eu)  foi muito importante.
* 2o. dia de nascimento
Pude colocar ela no meu peito para que sentisse o aconchego e começasse a sugar . Ela pegou e sugou um pouquinho...com o esforço o nível de oxigênio precisou ser aumentado. 
* 3o. dia de nascimento
Devido ao esforço anterior não pude tirá-la da incubadora, foi um choque. Além disso Agatha teve um índice de infecção alterado e começou a ser administrado antibiótico. Com toda essa situação meu leite era bem pouquinho, mesmo assim não desisti e tirava o quanto conseguia para deixar no hospital, o leite era administrado via sonda e através do copinho que ela aceitou bem.
* 4o. e 5o. dia de nascimento
Não pude amamentá-la, mas pude colocá-la junto ao meu peito dentro do sling com o auxílio do oxigênio aí que conforto para nos duas...chorei de emoção.
* 6o. dia de nascimento
Não foi mais necessário oxigênio e fui liberada para amamentá-la, que delícia ter Agatha no meu peito novamente!!!!
* 7o. dia de nascimento
Agatha apresentou ictericia, mesmo assim pude amamentá-la, cada um desses momentos era muito importante para a minha recuperação e confiança no peito.
* 8o. dia de nascimento
Agatha foi liberada para o bercinho e retirada da incubadora, agora poderia amamentá-la livremente.
Mamando em posição de cavaleiro

Só quem esteve aguardando o seu filho melhorar numa unidade de cuidados intensivos (UCI) sabe que cada mamada do bebê é uma grande vitória...a necessidade do bebê, a sua preocupação e emoção, a troca de experiência com as outras mães e enfermeiras, a instabilidade dos hormônios são algumas das variáveis que ajudam ou atrapalham esse momento.
* 11o. dia de nascimento - liberados para casa;-))))) 

Como no hospital os bebês as mamadas/copinho eram de 3 em 3 horas achava que deveria continuar no mesmo ritmo em casa. Minha mãe sempre falava para dar o peito a hora que ela chorasse, mas eu estava tão desgastada, cansada, preocupada com tudo o que não tinha conseguido deixar pronto até o seu nascimento, além de ser um "pouquinho teimosa" que não consegui entender essa "simples frase". Como não conseguia retirar o LA fui ficando triste e meu leite diminuindo cada vez mais...
Depois de quase 1 mês e meio de nascimento ainda continuava nesse ritmo. Foi quando meus familiares e amigos me alertaram que talvez eu precisasse de ajuda. Nesse momento fui procurar pessoas que acreditavam e eram especializadas na amamentação, conversei com as meninas do Gesta Londrina (a Pata e a Marilia me esclareceram muitas dúvidas e me deram o maior apoio), fui ao Celac (eles me ensinaram o método da relactação), conversei com uma enfermeira da maternidade e do hospital, e todas me falaram o que eu mais precisava escutar: eu precisava descansar mais e me preocupar menos para o meu leite aumentar :-0. 
Minha preocupação de fazer tudo certo era tão grande que eu não estava conseguindo me entregar e estava matando meu maior sonho: AMAMENTAR!!! Foi aí que começei a descansar, me entregar e utilizar o método de relactação, resultado: meu leite aumentou muito. Ainda precisei continuar com o LA sempre ministrado em copinho (Agatha não sabe o que é um bico de mamadeira), mas meu sonho de amamentar foi conquistado da melhor maneira que eu poderia realizar. Até hoje Agatha (1 ano e 2 meses) mama no peito!!!
Encerro dizendo que ter persistência, apoio da família, amigos e procurar pessoas que acreditem no seu sonho, tanto quanto você FAZ TODA A DIFERENCA;-))) 
Dedico esse texto a todos que fizeram parte dessa história!!
Com Amor no Peito;-)))

Espero que o texto contribua para a semana de amamentação, que as pessoas que estejam passando o que eu passei e leiam o texto possam achar motivação e coragem para continuar.

Um abraço,

Mara Louzada Vascão
mãe da Agatha 1 ano e 2 meses

Comentários

  1. Que delícia ver essas fotos...e ver a vitória dessa mamãe e dessa pequena.
    Tenho o meu Arthur de 11 meses mamando muito aqui. na cidade onde eu moro (Umuarama - PR)tive muita dificuldade e buscar ajuda...pena não ter encontrado vocês antes...
    Parabéns pelo blog!

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  2. Rebeca,

    O depoimento de Mara é emocionante e nos mostra o quanto é possível fazer a diferença quando há apoio certo. Parabéns pelo trabalho, pela luta e persistência. Desejo que muitas Maras encontrem os Gesta Londrina ou Celacs antes, dentro e fora da maternidade para que a transformação seja mais suave e duradoura.
    Abraços

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