Candidíase - monilíase

A infecção mamilar é um problema que está crescendo na lactação, sendo que a causada por fungos (candidíase mamilar) ainda é pouco estudada e elucidada. A Candida albicans, um fungo comensal encontrado freqüentemente na vagina e no trato gastrointestinal de seres humanos, tem sido responsabilizada por infecção superficial e localizada das mamas em mulheres lactantes, apresentando fissuras e dor, sendo característica da infecção pela levedura e podendo ser a principal causa de abandono prematuro da lactação.
As lesões, conhecidas no Brasil pela denominação popular de sapinho, são mais comuns em recém-nascidos que ainda não colonizaram sua orofaringe, que por isso possui um pH baixo, condição que facilita a colonização da cavidade oral. Clinicamente inicia-se por pequenos pontos esbranquiçados na mucosa que rapidamente se tornam confluentes, para formar pseudomembranas de coloração esbranquiçada, aderidas à mucosa sobre um fundo eritematoso, que pode ser visto quando são removidas. As localizações mais comuns na cavidade oral são as mucosas que revestem bochechas, ponta da língua e palato mole. 



Entretanto, numa forma mais extensa, pode ser observada uma invasão maciça, com extenso comprometimento da cavidade oral, dificultando muitas vezes a deglutição, sendo esta entidade mais observada em recém-nascidos de mães portadoras de candidíase vulvovaginal.

Atualmente a C. albicans tem sido responsabilizada por candidíase mamilar em mulheres lactantes, sendo a dor e o ardor no mamilo de origem desconhecida as principais queixas de infecção por essa levedura.



Fonte: Cadernos de atenção Básica - Ministério da Saúde 2009

1.9.6 Candidíase (monilíase)
A infecção da mama no puerpério por Candida sp (candidíase ou monilíase) é bastante
comum. A infecção pode atingir só a pele do mamilo e da aréola ou comprometer
os ductos lactíferos. São fatores predisponentes a umidade e lesão dos mamilos e uso,
pela mulher, de antibióticos, contraceptivos orais e esteróides. Na maioria das vezes é a
criança quem transmite o fungo, mesmo quando a doença não seja aparente.
A infecção por Candida sp costuma manifestar-se por coceira, sensação de queimadura
e dor em agulhadas nos mamilos que persiste após as mamadas. A pele dos mamilos
e da aréola pode apresentar-se avermelhada, brilhante ou apenas irritada ou com fina
descamação; raramente se observam placas esbranquiçadas. Algumas mães queixam-se
de ardência e dor em agulhada dentro das mamas. É muito comum a criança apresentar
crostas brancas orais, que devem ser distinguidas das crostas de leite (essas últimas são
removidas sem machucar a língua ou gengivas).
Uma vez que o fungo cresce em meio úmido, quente e escuro, são medidas preventivas
contra a instalação de cândida manter os mamilos secos e arejados e expô-los à
luz por alguns minutos ao dia.

1.9.6.1 Manejo
Mãe e bebê devem ser tratados simultaneamente, mesmo que a criança não apresente
sinais evidentes de candidíase. O tratamento inicialmente é local, com pomadas* por duas semanas. As mulheres podem aplicar o creme após cada mamada e ele não precisa ser removido antes da próxima
mamada. (...)
Violeta de Genciana a 0,5% pode ser usada nos mamilos/aréolas e na boca da criança uma vez por dia por três a quatro dias. Se o tratamento tópico não for eficaz, recomenda-se comprimidos* por 10 a 20 dias. Além do tratamento específico contra o fungo, algumas medidas gerais são úteis durante o tratamento, como enxaguar os mamilos e secá-los ao ar após as mamadas e expô-los à luz por pelo menos alguns minutos por dia. As chupetas e bicos de mamadeira são fontes importantes de reinfecção, por isso, caso não seja possível eliminá-los, eles devem ser fervidos por 20 minutos pelo menos uma vez ao dia.

Texto completo: http://www.redeblh.fiocruz.br/media/am_e_ac[1].pdf

(*): Não citamos nomes de medicamentos neste site. Consulte um banco de leite ou médico amigo da amamentação.

Fonte: http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S1676-24442004000500004&script=sci_arttext

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